domingo, 12 de abril de 2009

With little help from my friends (Dimep GT-R1)...

Boas pessoal.

Esse post é sobre uma conquista dos meus amigos Luis Gozzani e Rafael Santiago. É sempre bom falar sobre conquistas de pessoas do nosso convívio, ainda mais quando elas estão ligadas ao esporte à motor.


Segue texto enviado pelo amigo Luis Gozzani, que nos brinda com uma história para lá de interessante:


Dimep GT-R1 nas mil milhas de Interlagos 2008.

Esta história começou nos idos de 2002 em uma empresa chamada GT, onde um grupo de estudantes de engenharia Luis Guilherme Lauzi Gozzani e Rafael Diniz Santiago, e o engenheiro Reinaldo Araujo, aficcionados por automobilísmo, se reuniram sob o comando do proprietário e engenheiro, Jaime Gullinelli, com o objetivo de prestar serviço de pista em provas de endurance.


O carro que originou o GT-R1, nessa foto equipado com motor VW AP.

Inicialmente, essa equipe realizou apoio de pista na equipe oficial da FIAT com 2 Bravas e uma perua Marea Turbo, posteriormente, com um New Beatle, da loja de peças de performance Ancona, e no início do programa da endurance da GM, com as pickups Montana, entre outros trabalhos relacionados. Juntamente, forneceram kits de Injeção Eletrônica para vários outros carros dentro das provas Endurance.

Este grupo já possuia alguma experiência em competição e projeto, decidiu partir então, a projetar e construir um protótipo de corrida para provas de longa duração.





Carro realizando shakedown no campo de provas da Goodyear.

A idéia inicial veio de uma necessidade de um grupo de pilotos do Sul do Brasil, que queria montar uma categoria só de protótipos, com o mesmo chassis e motorização 4 cilindros de montadoras diferentes.

Com esse desafio, a equipe construiu o primeiro protótipo, na época com motor e transmissão VW. O objetivo deste protótipo era fornecer uma base confiável, com uma dinâmica previsível, para que fosse prazeiroso pilotar, propiciando assim, disputas entre os pilotos. O carro foi testado na época na pista de testes da Goodyear, onde foram encontrados alguns problemas dinâmicos e de powertrain.



Já com o motor GM 2.0 16V.

Os problemas foram corrigidos na segunda versão do carro, no qual foi montado um motor GM 2.0 16 válvulas, e transmissão Hewland MK9, usada nos Formulas Chevrolet. Nessa segunda versão, o carro foi testado na pista de Interlagos, mostrando potencial.

O protótipo tinha aproximadamente 170cv, porém alguns problemas de freios, uma transmissão desgastada, que acarretava em engates difíceis e relações erradas em função da diferença entre os diâmetros dos pneus 13' do Formula Chevrolet e dos 18' usado no protótipo. Mesmo assim, o piloto Aldo Piedade Jr. chegou a virar na casa de 1.47'.000 nesse teste, tempo modesto, mas ao mesmo tempo animador para um carro fazendo um Shake Down.



O carro apresentava potencial. A categoria que o encomendou, estava praticamente acertada, até testes dos pneus que iriam patrocinar a categoria foram feitos. Porém, problemas de negociação ocorreram, inviabilizando a categoria.

Parecia que todo o trabalho feito até então estaria perdido. Nessa mesma época, surgiu um parceiro com uma proposta, que a princípio, parecia inviável. O parceiro era Dimas de Mello Pimenta II, conhecido por seus carros fantásticos. A proposta era usar os conhecimento adquiridos para construir um chassis que utilizaria um motor V8 de 700cv, e transmissão Hewland DG300, oriundas de um protótipo Lola dos anos 70. A idéia era usar o powertrain "antigo" em um chassis moderno.


A proposta foi amadurecida e a GT aceitou o desafio de construir o protótipo. A principio, algumas diretrizes foram traçadas, novamente o carro teria que ser previsível, para ser prazeiroso e facilitar a pilotagem, algo importante em um protótipo de endurance com 700cv.

A construção teria que ser extremamente robusta para conseguir "agüentar" o V8, tudo muito parecido com o que havia sido desenvolvido anteriormente, a não ser pela potência que devia ser gerenciada pelo chassis.

Depois de muitos meses, problemas e noites sem dormir, o carro ficou pronto e foi conduzido para um Shake Down. Vários problemas de motor desanimaram o proprietario do carro, nessa fase inicial, o que fez com que o carro ficasse guardado em uma oficina por vários meses. Um dia, Dimas resolveu reativar o novo carro, que ainda não tinha mostrado a que veio.

O carro foi montado novamente com o motor de 700cv, restrito para 500cv, devidamente revisado. Alguns sistemas que apresentaram problemas, também foram revistos. O carro seria testado finalmente na pista e colocado em uma prova oficial.

O carro foi para pista, pela primeira vez, nas 1000 milhas de Interlagos de 2008, e lá mostrou do que era capaz, mesmo sem estar em plena forma (pneus traseiros estreitos, transmissão frágil, setup inicial etc.), o GT-R1 marcou 1’.36".999 na volta em Interlagos, considerado recorde da pista para protótipos construídos no Brasil.


Infelizmente, a transmissão não suportou o torque do motor, como já prevíamos e quebrou durante a prova no momento em que o carro disputava a liderança da corrida com a Porsche 911 GT3 RSR.

Porsche 911 GT3 RSR.

Após essa corrida, modificações na transmissão, rodas e pneus foram feitas, porém ainda não testadas, mas o protótipo mais rápido já fabricado no Brasil promete e estamos aguardando ansiosos pela próxima corrida, para ver do que ele realmente é capaz.

Abraços a todos, até a próxima etapa!

Luis, Rafael e demais envolvidos na empreitada, parabéns!

A barata com certeza é promissora e ainda vai dar muito o que falar!

O Blog do Malfitani e todos os seus leitores estão convocados para torcer e acompanhar a tragetória da barataAssim que tiverem novidades, envie para nós!

Grande Abraço a todos.

9 comentários:

L.O. disse...

Parabéns ao Rafa, Luís e "Regi" por este "filhote"; que seja o primeiro de vários!!!

Carlo, parabéns por ceder este espaço para mostrar a vontade de fazer bem feito (apesar das dificuldades), no automobilismo brasileiro.

Luis Gozzani disse...

Carlão, Obrigado pelo espaço.
Espero que em breve eu tenha mais coisa para te passar a respeito da "barata".
Te mandei umas fotinhos da construção inicial, se quizer publicar são bem legais...

Abraço

Anônimo disse...

Problemas din6amicos identificados no teste da GY = O Luis Comprou um terreno em Americana

Luis Gozzani disse...

O anonimo acertou o Quiz!!!!
Aquela grama é minha!!!

Anônimo disse...

LUIS - O pessoal da GY mandou a conta pra repor a grama naquela curva.

Rafael Santiago disse...

Carlão, valeu pela divulgação, foi um trabalho árduo que valeu a pena.

Parabéns, pela iniciativa de reativar seu Blog, para dissiminar cultura automobilistica de qualidade.

Grande Abraço,

Rafael Santiago.

Blog do Malfitani disse...

Obrigado à todos.

Partabéns a todos os envolvidos na criação da barata, keep on working!

Grande carro!

Abraços.

reinaru disse...

Eh nessas horas que eu adoro ENGENHARIA...

"du nada" voce faz "a coisa" acontecer...

e acontece "du jeito" que voce fez!

Por isso eu digo:
Quem diz q na pratica a teoria eh outra... eh pq nao sabe nem a pratica nem a teoria!


reinaru
PS. Vo manda uma foto e um video pro C

Anônimo disse...

A história aqui está mal contada, ou melhor, contada apenas por uma parte dela. Quando dizem que que 'problemas de negociação com a categoria' atrapalharam os planos, esquecem de dizer que esta categoria pagou pelo carro, adiantado, mas ele nunca foi entregue. E esta categoria fez seu lançamento em stand no Capacete de Ouro e através da mídia, já havia pedidos feitos por pilotos do Brasil inteiro, mas sem carro fica difícil lançar uma categoria. A história é longa e cheia de detalhes omitidos nesse texto do blog, mas, faz parte do passado hoje.