sábado, 18 de abril de 2009

José Carlos Pace, o Moco.

Boas pessoal.

Acho que o Moco dispensa apresentações, um dos maiores pilotos brasileiros de todos os tempos.

Pace era um piloto completo, rápido, bom acertador de carros.

Antes de partir para a Europa, correu com muito sucesso no Brasil, com muitos tipos de carros, como Fórmula Vê, Willis Interlagos, Karmann Guia Porsche, Alfa Romeo P33, entre outros, e por várias equipes, como Willis, Dacon e Jolly, só para citar algumas.

Pace dirigindo um dos primeiros KG-Porsche da equipe Dacon.

Pace e o Alfa Romeo P33. (fonte: http://www.obvio.ind.br/)

Pace também foi o primeiro piloto a dirigir um Ferrari da equipe oficial, em 1973 defendeu os vermelhos ao volante de um Ferrari 312PB, no campeonato mundial de esporte protótipo. Em dupla com Arturo Merzario, alcançou um segundo lugar na classificação geral da edição 1973 das 24 horas de Lemans. Além do Ferrari 312PB, pace também dirigiu o Gulf Mirage e o UOP Shadow da CAN-AM



Pace Ingressa na f-1 em 1972, pela equipe de Frank Williams, nesse ano disputou o campeonato com carro March-Williams 711. Em 1973 Pace se muda para a equipe Surtees, de propriedade do piloto John Surtees, onde se mantém até meados de 1974, quando cansado das falhas e desempenho fraco dos carros da Surtees, se muda para a Brabham.
Pace em sua primeira corrida de F-1 o GP da África do Sul em 1972, a bordo do March Williams.

Moco de Surtees TS-14, carro com o qual disputou o campeonato de F-1 de 1973.

A única vitória de Pace na F-1 aconteceu em 1975 pela Brabham, sendo também a primeira dobradinha de pilotos brasileiros na F-1, pois Emerson Fittipaldi chegou em segundo.

Em 1976, Bernie Eclestonne, então proprietário da Brabham, faz uma associação à Alfa Romeo para substituir os Cosworth pelos motores boxer 12 da marca de Arese. Essa substituição se dá, devido ao fato de Bernie na época ter apostado que os Cosworth V-8 estavam chegando ao final de seu ciclo, e que os motores 12 cilindros, como os da Ferrari dariam uma vantagem competitiva a quem os usasse na F-1. Posteriormente com o advento do carro asa, criado pela Lotus, os Cosworth voltaram à ordem do dia. Pace tem um 1976 de fraco desempenho, um ano em que trabalhou arduamente para melhorar o rendimento do Brabham BT45 Alfa Romeo.

Moco conduzindo o Brabham BT-45 Alfa Romeo no GP Brasil de 1976, um ano pouco frutífero.
Em 1977, o trabalho de desenvolvimento realizado por Pace em 1976, mostra resultados. Na primeira corrida do ano, na Argentina, Pace lidera grande parte da corrida, porém acaba sendo vencido por sua condição física, pois havia contraído uma vírose. Pace também lidera a corrida no Brasil até se envolver em um choque com James Hunt, acaba abandonando a mesma na curva 3, onde nesse ano vários carros bateram devido ao desprendimento do asfalto no local.
O terceiro GP de 1977, o da África do Sul, seria o último da carreira de Moco, que largou na primeira fila, porém uma escolha errada de pneus para a corrida acaba por arruinar sua corrida derradeira.

Pace, Interlagos 75, a caminho da vitória, porém sem freios dianteiros nas duas últimas voltas.

Após cruzar a linha de chegada comerando a emocionante vitória ao lado de Emerson.

Infelizmente, Pace morreu precocemente em um acidente de avião na cidade de Mairiporã. Junto com ele estavam os amigos Marivaldo Fernandes piloto de corridas e amigo de longa data de Pace e o piloto de aviões Carlos Roberto de Oliveira. Os 3 tinham partido do Campo de Marte em São Paulo rumo a fazenda de Marivaldo, porém são surpreendidos por uma tempestade na altura Mairiporã, o avião cai e os três morrem instantaneamente.

Por ironias do destino, um dos pilotos que deu sequência ao trabalho de Pace dentro da Brabham foi Nelson Piquet, que se juntou 'a equipe em 1979, ganhando lá 2 de seus 3 títulos mundiais de pilotos.

A morte de Pace foi uma grande perda para o automobilísmo.

Existe uma ótima bibliografia de Pace, escrita por Luiz Carlos Lima o título é O Campeão Mundial Sem Título, infelizmente o livro está esgotado, porém se acha o mesmo com certa facilidade em sebos e em sites de leilão na internet. Das bibliografias de pilotos que tive a oportunidade de ler, essa é disparada a melhor.

Segue um emocionante tributo à Pace:



E uma reportagem da TV Cultura sobre a carreira de Pace:



Um grande piloto.

Abraços a todos.

2 comentários:

L.O. disse...

De fato a frase do Senna diz tudo: faltou sorte.

Pace sempre esbanjou talento, mas parece que, infelizmente, sempre teve uma "nuvem" em sua cabeça.

Que ele esteja em paz, onde estiver.

Belo review Carlo!

Blog do Malfitani disse...

Fala L.O.

Além de sorte, faltou tempo, pois o grande Moco, infelizmente morreu no auge de sua carreira.

Obrigado pelos elogios L.O.

Abração.